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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

UM PEDIDO SÁBIO


2º Crônicas 1:1:13

Pedir, sempre foi mais fácil do que agradecer e pedir a Deus tem sido uma constante na vida da maioria dos cristãos.

Normalmente quando passamos de um ano para outro temos o costume de desejar coisas boas aos nossos amigos, temos anseios de que coisas novas e melhores aconteçam. Cantamos até uma música, onde desejamos “muito dinheiro no bolso, saúde prá dar e vender”.

Na bíblia encontramos o testemunho de um jovem que se tornou rei em uma situação extrema e de conflito quando seu irmão mais velho tenta usurpar o trono, além da pressão de estar sucedendo seu pai que foi simplesmente o melhor e maior rei de Israel.

Diante de todo esse contexto Salomão é ungido rei e vem a se tornar um rei inesquecível na história mundial.

Mas antes de qualquer coisa Salomão fez um pedido a Deus. Vejamos o que podemos aprender com o pedido sábio de Salomão.

1) ADORAR A DEUS
Notamos que o primeiro ato do rei Salomão após a morte de seu pai foi oferecer sacrifícios ao Senhor:

“Salomão ofereceu ali sacrifícios perante o SENHOR, sobre o altar de bronze que estava na tenda da congregação; e ofereceu sobre ele mil holocaustos.” (2 Crônicas 1:6 RA)

Salomão era agora o grande rei de Israel, filho do grande rei Davi, porém ele sabia que não era maior que o grande Deus de Israel e ele reconhece isso ao adorar ao Senhor e não foi uma oferta qualquer, a bíblia relata que foram mil holocaustos, o grande rei fez questão de adorar o senhor e que sua oferta fosse maior do que a de qualquer súdito. Ele não queria com este ato ser prepotente, mas se humilhar como grande rei diante de Deus.

Este é um grande ensinamento para nossa vida, se queremos pedir algo a Deus, primeiramente precisamos adorar ao Senhor. Muitas pessoas acreditam que esta ordem é inversa, ou seja, se Deus me abençoar e atender meu pedido então irei adorá-lo.

Não é assim que funciona, o nosso Deus não é um Deus de barganha que você pode fazer pressão ou chantageá-lo para que possa atendê-lo

Se você quiser ter o seu pedido atendido, primeiramente seja um adorador em espírito e em verdade do nosso Deus.

“Tu cumprirás o desejo do meu coração
Se eu te buscar
É impossível alguém estar perto de Ti
E tuas bênçãos não ter”
(Trecho da Música “Desejo do meu coração” do Toque no Altar.)

2) OUVIR A VOZ DO SENHOR
Outro ponto importantíssimo é que precisamos aprender a ouvir a voz do Senhor. Se você observar bem, antes que Salomão fizesse seu pedido, Deus é que fala com ele e pergunta-lhe o que quer.

“Naquela mesma noite, apareceu Deus a Salomão e lhe disse: Pede-me o que queres que eu te dê.” (2 Crônicas 1:7 RA)

Normalmente quem pede algo, está tão preocupado em falar, que se esquece de ouvir. Precisamos aprender a ouvir a voz do Senhor falando na nossa vida. Quando abrimos nossos ouvidos para ouvir a palavra de Deus, a possibilidade do nosso pedido ser atendido se torna maior.
Temos vários exemplos bíblicos de homens que quando abriram seus ouvidos para Deus tiveram suas vidas transformadas. Veja o caso do grande profeta Samuel quando era bem pequeno e estava no templo e o senhor o chamou:

“Então, veio o SENHOR, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel! Este respondeu: Fala, porque o teu servo ouve.” (1 Samuel 3:10 RA)

A partir daquele momento Samuel foi muito abençoado e se tornou o grande sacerdote em Israel.

Outro exemplo é Isaías, quando teve sua visão e o senhor pergunta quem enviará para profetizar para os Israelitas ele responde:

“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.” (Isaías 6:8 RA)

Tanto Samuel quanto Isaías foram servos de Deus e foram grandemente abençoados. Se quisermos ser bem sucedidos e ter nossos pedidos atendidos, precisamos aprendrer a ouvir a voz de Deus.

3) PEDIR COM HUMILDADE
Finalmente chega o grande momento do pedido de Salomão a Deus, que oportunidade fantástica o rei teve para pedir o que quisesse ao grande Deus de Israel, mas diante de tantas opções ele resolve pedir a Deus sabedoria e conhecimento (2ª Crônicas 1:10).

Isto demonstra a humildade e sabedoria que já habitava em Salomão, ao fazer este pedido ao grande Deus, ele demonstrou que seria um grande rei e que seguiria os passos do seu pai Davi e principalmente temente a Deus.

Enquanto muitas pessoas estão achegando a Deus para pedir riquezas e bens materiais, nós aprendemos com Salomão, que devemos pedir ao Senhor com humildade e Ele nos atenderá.
Deus ficou tão satisfeito com o pedido de Salomão que não só o atendeu no que pediu como concedeu a ele o que não pediu. (1º Reis 3:13).

Quando for fazer um pedido a Deus não seja arrogante, egoísta e prepotente, peça o que realmente você precisa, tenha sabedoria e você será grandemente abençoado.

A Bíblia registra que não houve outro rei como Salomão, nem antes e nem depois dele, que recebeu tantas riquezas (2º Crônicas 1:12).

É assim que Deus faz com os seus servos quando o adoramos, ouvimos e nos humilhamos diante d’Ele.

CONCLUSÃO
Salomão foi um grande rei e foi muito abençoado e não foi egoísta, pois revelou o segredo de sua sabedoria.

“O temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino.” (Provérbios 1:7 RA)

Precisamos aprender com Salomão a sermos adoradores, ouvintes e humildes ao nos dirigirmos ao nosso Deus e ele nos assistirá em nossas necessidades, pois a obediência ao senhor é o princípio da sabedoria.

Tiago nos adverte que muitas vezes não somos atendidos porque pedimos mal.

“... pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” (Tiago 4:3 RA)

Precisamos ter sabedoria para pedir as coisas a Deus e seguindo os passos de Salomão, com certeza seremos atendidos como ele foi.

Que Deus nos abençoe.

Pb. Erikson F. de Araújo
Esboço do sermão do dia 27/01/2013 na IPBJN.

Clique na figura abaixo para visualizar ou baixar os slides utilizados neste sermão.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

"NÃO LEVANTAREIS A MÃO CONTRA O UNGIDO DO SENHOR"


A Internet está servindo de palco para o maior vale-tudo de todos os tempos. Como o mais amplo fórum aberto a discussões da História da humanidade, a web possibilita como nunca antes que pessoas de todos credos, raças, gêneros, idades e classes sociais digam o que pensam sobre tudo. Tribos inteiras se ocupam dos assuntos mais diversos, desde a vida privada de celebridades até descobertas incríveis nas ciências. E há grupos que só querem anarquizar.

A Igreja está bem presente na Internet e as discussões voltadas para ela são como um furacão soprando por ambientes virtuais, como Twitter, Facebook, blogs e salas de chat. É um furacão que gira em torno, principalmente, da revolta com o estado em que a Igreja se encontra em nossos dias. Ela se manifesta em duas facções principais: a revolta que parte de pessoas que foram machucadas no ambiente eclesiástico e uma revolta ideológica. Essa – que será o foco deste post – não se fundamenta num sentimento de dor pessoal, mas num desprezo pelo que se percebe como o desvirtuamento dos rumos do povo de Deus.

Assim, os adeptos da Missão Integral estão fartos de quem se diz cristão mas não levanta um dedo para ajudar o próximo – não concordo com todas as suas conclusões missionais, mas são pessoas de um sentimento cristão real e precisam ser ouvidas. Já os reformados estão de vento em popa: há um ressurgimento vigoroso desse campo vital de interpretação bíblica, que vejo com bons olhos. Os mais jovens, em geral, andam muito bélicos e parecem ter mais interesse em ter razão do que em realmente promover paixão por Deus. Há muitos outros campos e, se começar a enumerar a todos, vou deixar de dizer o principal.

Além de sugerir rumos e soluções, muitos tecem comentários sobre outros campos da Igreja ou levantam críticas contra líderes e contra movimentos. Não nego que tenho feito exatamente isto. No meu livro O Fim de Uma Era mostro muito daquilo que está destruindo a Igreja e a levando a uma falência institucional como existe hoje – muito embora saibamos que a Igreja nunca acabará. Mas é certo que passará, em breve, por mudanças cataclísmicas e calamitosas. Haverá um remanescente fiel, como sempre há. Mas a parcela majoritária da Igreja como a conhecemos não tem como sustentar seu ritmo e sua metodologia por muito tempo.

Como sou um dos analistas dos tempos e dos movimentos da Igreja e exponho minha visão neste gigantesco fórum aberto que é a Internet, naturalmente essa visibilidade me torna passível de receber a minha parcela de críticas. Isso não me incomoda, em absoluto. Quero que as ideias sejam debatidas. Como pedras que se afiam, temos de deixar que nossas percepções batam de frente, desde que a discussão seja franca, bíblica e informada. Claro que – como há muitos que não sabem argumentar de forma civilizada e, por que não dizer, cristã – recebo respostas que me atacam pessoalmente. É um golpe baixo, vindo de quem não tem noção sobre como se conduzir no diálogo.

Fé é inegociável e mexe profundamente conosco. Só que, frequentemente, confundimos o negociável com o inegociável. E, quando isso acontece, achamos que, por uma pessoa criticar o que um líder faz, o estamos desmerecendo por completo. Só que isso nem sempre é verdade. Criticar o que alguém faz não é desqualificá-lo, é simplesmente apontar o seu erro.

Por que digo isso? Pois uma das respostas mais frequentes de quem não tem argumentos para refutar uma crítica a algum líder que admira é: “Não levantareis a mão contra o ungido do Senhor”. Aparentemente, faz sentido bíblico. Mas na realidade, não faz: é uma má aplicação hermenêutica. E é uma resposta que desvia o foco completamente do assunto em pauta. Essa é uma resposta definitiva para quem acredita que esse argumento blinda todo e qualquer sacerdote de toda e qualquer crítica. Só que seu propósito é desqualificar o direito de crítica. Ou seja: por essa argumentação, devemos nos calar perante os “ungidos”, independentemente do que fazem ou dizem. São intocáveis. Só que a verdade inquestionável é que alguns dos “ungidos” dizem absurdos e tomam atitudes que os desqualificam como servos de Deus.

O argumento “não levantareis a mão contra o ungido do Senhor” acha sua origem no primeiro livro de Samuel. Davi estava jurado de morte por Saul. Mesmo assim, ele se recusou a levantar a mão contra o seu rei, que tinha sido ungido pelo profeta Samuel. Por isso, limitou-se a fugir. Mesmo quando teve a oportunidade de matar seu opressor ele não o fez, por respeito à unção de Deus sobre a vida dele. A grande questão é que essa passagem não pode ser usada como desculpa para deixar qualquer “servo” fazer e dizer o que bem entende sem que isso seja criticado. E provo na Bíblia.

Paulo deixa claro que há líderes que nem crentes são (Fp 3.2). São o que ele chama de “cães”. João se referiu a eles como “anticristos” – líderes que fazem mal à própria Igreja, levantando-se como inimigos da fé verdadeira (1 Jo 2.18). O apóstolo Paulo diz em Gálatas 2.11 que enfrentou Pedro, porque sua atitude era condenável. Atos 15.39 mostra que Paulo e Barnabé tiveram um desentendimento “tão sério” que se separaram. Esses são precedentes bíblicos para a crítica clara e objetiva a atos e palavras dos que lideram na Igreja. Portanto, não há como desqualificar quem quer que seja só porque levanta observações legítimas sobre aspectos condenáveis ligados a líderes eclesiásticos. Não se trata de “levantar a mão contra o ungido do Senhor”. Isso se refere a Davi e a sua atitude de não se defender pessoalmente por meio de um assassinato. Fazer uma aplicação no Novo Testamento dessa atitude Davídica é um erro teológico elementar.

Consequentemente, o argumento não procede.

Líderes não são intocáveis. São merecedores de respeito, naturalmente, mas não estão acima de críticas. O apóstolo Paulo diz que merecem honra dobrada e até salário dobrado. Mas jamais, no Novo Testamento, são apresentados como intocáveis, muito menos inquestionáveis. Por isso, continuemos, sem nenhum receio, a debater, analisar e até mesmo denunciar quando um líder abusa de seu chamado em Cristo.

Na paz,
+W

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

DEUS ME ABANDONOU...

O frade carmelita e poeta espanhol João da Cruz escreveu uma poesia chamada A noite escura da alma. Nela, fala da sofrida experiência que os cristãos têm de suportar em sua busca pelo crescimento espiritual e a intimidade com Deus. As trevas nos cercam e nos invadem. De tão angustiados, chegamos a pensar: “Deus me abandonou…”.

Sei o que é isso. Conheço bem esse sentimento. Na jornada com Cristo, passamos por muitos vales. Sofremos muitas injustiças, reveses, problemas de toda sorte. As palavras que Jesus bradou da cruz ressoam no fundo do nosso ser, sem nem termos de pronunciá-las: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” É uma sensação horrível. Rasga a alma.

Um dos fatores que agravam esse sentimento é a noção de que, no fundo, sabemos que não merecemos nada mesmo. Nem temos do que reclamar. Somos pecadores, afinal. Quem não merece um bom castigo? E no que vamos nos apegar para pedir socorro? Certamente apelaremos para a misericórdia de Deus. Mas passamos por momentos nos quais achamos que nem compaixão há para nós. É a sensação de termos gasto as últimas gotas da paciência do Senhor.

Quando chegamos a pensar assim, é sinal de que a alma de fato está passando por essa crise espiritual chamada “a noite escura”. É um vazio que parece não ter fim. Sentimo-nos tão para baixo que não conseguimos ver luz alguma no fim do túnel. Não imaginamos como seria possível sair desse momento. A alma adoece. Somos como o pavio apagado de um candeeiro ou de uma lamparina que não tem mais azeite ou querosene para queimar. Começamos a “tirar do fígado” forças para continuar. Só que isso nos esgota. E, quando isso acontece, tudo desmorona. Caímos de vez num estado de ânimo estranho e surreal. Esquecemo-nos de que as “misericórdias [do Senhor] são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a sua fidelidade!” (Lm 3.22-23). Sim, nos esquecemos do amor constante e infinito de Deus – Pai, Filho e Espirito Santo.

Só que, mesmo que você tenha se esquecido, Ele não se esquece de você jamais. Se eu puder lhe deixar com uma certeza, é essa. Deus nos trata com um cuidado e uma gentileza inimagináveis. Como um pai ou uma mãe que se condói pelo filho que chora na cadeia ou por uma filha que anuncia uma gravidez indesejada, assim Deus não nos rejeita, não nos condena. Ele sabe que já estamos sofrendo tanto! Jesus foi um homem de dores e sabe o que é sofrer (Is 53.3). Por isso mesmo, temos um sumo sacerdote que intercede junto ao Pai em nosso favor. Veja o que disse o profeta Isaías:

Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em quem tenho prazer. Porei nele o meu Espírito, e ele trará justiçàs nações. Não gritará nem clamará, nem erguerá a voz nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, e não apagará o pavio fumegante. Com fidelidade fará justiça; não mostrará fraqueza nem se deixará ferir, até que estabeleça a justiça na terra.” (Is 42.3)

Já fui como um caniço rachado e um pavio fumegante. Não tomei cuidado de me manter perante o trono da graça como deveria. Larguei-me e não mantive o óleo no meu candeeiro. Bateu o vazio e sei que sou culpado por isso. Claro que isso não aconteceu de graça. Houve pessoas que me magoaram, problemas que não consegui resolver, dores, medos e uma série de fatos tão confusos que, sinceramente nem sei como me achei na situação tão triste e caótica que me sobreveio. Mas, então… Deus me contemplou. Contrariando todas as minhas tristes expectativas, Ele me levantou. Surpreendeu-me com o seu amor e a sua misericórdia.

Talvez você nem tenha forças para orar. Já passei por isso. Que a sua leitura deste post seja, então, a sua oração. Sei que Deus conhece as suas lágrimas e ouve os seus gemidos silenciosos. Ele não vai esmagá-lo nem rejeitá-lo. Ele se lembra de você. Creia nisso.

Na paz,
+W

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

TODO MUNDO ESTÁ SAINDO NO BRAÇO


Estou bastante cansado. Cansado da guerra que me rodeia, da angústia e da maldade que jorra pelos poros desta civilização decadente. Sejamos francos: estamos todos com a paciência mais do que esgotada. É escândalo após escândalo, CPIs que não dão em nada e taxas elevadas à revelia e sem respeito pelo trabalhador que está ralando para dar conta do leite das crianças. Sentimos raiva de qualquer pessoa. Nem Deus escapa: ficamos impacientes com ele por deixar tantas obras carnais e exploratórias acontecerem em nome de Jesus. Vivemos os tempos que foram previstos pelo Mestre:

Tudo isso será o início das dores. Então eles os entregarão para serem perseguidos e condenados à morte, e vocês serão odiados por todas as nações por minha causa. Naquele tempo muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros, e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos. Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. (Mt 24.8-13)

“Início das dores”??? Eu queria que fosse o fim delas! Mas, pelo que vemos, a maldade ainda tem muito fôlego – muito mais do que gostaríamos que tivesse. Veja para onde tudo isso está nos levando: traições, ódio, falsos profetas, engano, maldade. E, como resultado, o amor de muitos esfria.

Não nos tratamos com educação. Não dialogamos com o próximo de forma respeitosa. Temos mais prazer em ter razão do que em ajudar alguém a enxergar o seu engano. Temos raiva de quem discorda de nós. Temos ódio de quem se recusa a dar o braço a torcer. A gente até torce com força, mas isso não parece ajudar as pessoas a raciocinar direito. Bradamos nossos argumentos com um fel assustador. Ofendemos pelas nossas colocações. Não faltam oportunidades para descontar no próximo. E, se elas não surgem naturalmente, nós as criamos.

Somos de fato uma civilização em franca decadência. Como posso afirmar isso? Se você analisar a história das civilizações verá que sempre há duas fases distintas mas comuns na trajetória de uma sociedade, seja ela antiga ou moderna, babilônica, romana ou globalizada (ou, como costumo dizer, “americanizada”): um período de formação e apogeu e outro de decadência. Via de regra, essas duas fases apresentam as mesmas características na caminhada de qualquer civilização.

A etapa de formação e apogeu é sempre marcada por uma surpreendente hegemonia de ideias. Os valores são compartilhados. Todos se entendem. Há uma certa pax romana no que diz respeito ao intercâmbio entre os cidadãos – são “compadres culturais”, por assim dizer. É fácil nesse momento da vida de uma civilização ir e vir e falar e ser entendido – porque todos valorizam praticamente as mesmas coisas. A história de cada indivíduo é parecida, embora muito pessoal, por ser norteada por valores em comum.

Já na fase de decadência, tudo segue em sentido contrário. As palavras, embora comuns a todos, não significam mais a mesma coisa. A comunicação se torna cada vez mais difícil, até chegar a um efeito “babel”, no qual ninguém parece se entender. É paradoxal que nunca tivemos tantos meios para nos comunicar como no mundo de hoje, mas, de igual modo, nunca tivemos tanta dificuldade de nos entender.

O tecido da nossa cultura depende de entendimento, de “estradas” de comunicação pelas quais todos podem transitar sem ficar esbarrando uns nos outros. Mas esse tecido está sendo esfacelado: não nos comunicamos mais e o discurso parece ter morrido. O que sobrou é propaganda. Como disse o filósofo francês Jacques Ellul, “a propaganda é o mal da nossa geração”. Propaganda substitui e ridiculariza o diálogo. Bate na mesa. Bate no peito. Derrama uma lágrima. Manipula emoções. O indivíduo racional e ponderado parece um chato pedante. Parece alguém da era dos mil réis – um dinossauro cultural. “Volte para a sua biblioteca, vovô. Mande-me um e-mail e pronto”.

Pois é. Estamos assim, agressivos, gritando. Pior: sem nenhum amor. Nos tornamos impiedosos, impulsivos, ofensivos, desrespeitosos, preguiçosos, briguentos e intragáveis.

Temos que parar. Eu tenho que parar. Você tem que parar. Temos que tirar as luvas de boxe. Temos que esfriar a cabeça. Temos que desligar os meios de comunicação que estão nos imbecilizando. Temos que carregar um livro conosco em vez de ler a revista Caras. Temos que pensar um pouco. Temos que orar mais. Temos que orar. Temos que… bem, é isso.

E, quando nos acalmarmos, vamos conversar. Com a Bíblia aberta e o coração em paz, vamos falar da Trindade; da fé; do calvinismo; dos dons do Espírito; da interpretação da passagem bíblica A, B ou C; da missão; da Igreja; e de mil outros assuntos que precisam ser tratados. Precisam mesmo! Temos que fazer algo! Pois as colunas da nossa civilização estão desmoronando. Enquanto Roma pega fogo, os bárbaros fazem seus reality shows.

Já sei, estou misturando todas as minhas referências – antigas e novas – e fazendo uma sopa da desordem que nos cerca. Mas é isso mesmo que está acontecendo. Estamos chamando debem o que é mal. Elegemos criminosos. Vegetamos em frente à telinha. Estamos aplaudindo os que nos fazem de palhaços. Estamos perdendo a paz e ficando com o Q.I. de um quiabo.

Os anjos choram. Será que é tarde demais? Minhas súplicas ao Senhor são para que não seja. Queira Deus que não seja tarde demais! Mas parece que é o início das dores mesmo…

Na paz,
+W

DEVO SAIR DA MINHA IGREJA?


sábado, 12 de janeiro de 2013

VALENTE PRÁ VALER!

Ontem assisti o desenho animado da Disney intitulado "Valente". O filme conta a história de uma menina que é a mais velha da família e que será a futura rainha do reino, seu pai é um rei e um grande guerreiro e sua mãe uma rainha exemplar. O filme mostra a educação que a mãe dá a filha que contrasta com o real desejo da menina, até chegar a adolescência onde acontece o enredo do filme.

É interessante destacar que finalmente a Disney criou uma princesa diferente com cabelos encaracolados e ruivos, bem diferente do padrão de anos onde as princesas tinham seus cabelos lisos e impecáveis, faz lembrar da música do Crianças Diante do Trono: "Você é linda demais, perfeita aos olhos dos pais..." Não precisamos seguir o padrão da Disney, Deus nos criou perfeitos. Para mim minha filha é uma princesa linda!

Mas continuando a história, a mãe resolve arranjar um noivo para filha, mas não é isso que a moça quer por enquanto, e aí o conflito chega ao seu clímax, num impulso a menina acaba ofendendo a mãe ao cortar uma tapeçaria e a mãe ofende a filha jogando seu arco no fogo.

A menina se sente angustiada e resolve fugir e se depara com uma bruxa, daí surge a grande idéia de fazer um feitiço que mudasse sua mãe.

Só que a mudança que acontece é que sua mãe acaba se tornando uma ursa e aí a menina se da conta de que não era isso que queria e começa uma grande aventura antes do 2º nascer  do sol para que o feitiço não se torne permanente. É neste momento que mãe e filha descobrirão os verdadeiros valores uma da outa.

O filme é muito bonito e emocionante, e tirando toda a influência que a Disney traz de bruxas e magias, podemos tirar algo proveitoso prá nossa vida.

Paulo em sua carta aos Efésios diz:

Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa) 
(Efésios 6:2 RA)

Precisamos aprender a honrar ou respeitar nossos pais, mesmo que não entendamos o que eles querem dizer. É normal chegarmos na adolescência e questionarmos muitas ações de nossos pais, esta é uma fase de mudanças e questionamentos, mas precisamos entender que nossos pais nos amam e sempre querem o melhor para nossas vidas, eles podem até errar mas se o fizerem é na tentativa de lhe dar o melhor.

Por outro lado nós pais, precisamos ter cuidado e paciência com nossos filhos, precisamos lembrar que nós também passamos pela adolescência e tivemos os mesmos ou semelhantes conflitos. Por vezes esquecemos de nosso tempo de mudanças e queremos proteger nossos filhos. Não há problema algum em querer protegê-los, é normal, o problema é o excesso. Precisamos amá-los e protegê-los respeitando o espaço deles. O mesmo Paulo em sua carta aos Efésios também traz uma orientação para os pais.

E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor. (Efésios 6:4 RA)

Quando passei pela minha adolescência (que por sinal não tem muito tempo rsrs), sempre fui muito atuante na igreja e meu pai era o pastor e lembro que sempre o questionei sobre muitas questões da igreja, algumas vezes de forma áspera e ofensiva e meu pai sempre com muita paciência (às vezes não, rsrs) sempre me educava. Hoje sou presbítero da igreja e continuo atuante, só que agora eu que sou questionado e hoje entendo muitos ensinamentos que ele trouxe para minha vida. Obrigado Pai, por me ensinar mesmo em meio a minha "rebeldia" da adolescência, hoje sou uma pessoa melhor graças a disciplina e admoestação que o senhor me deu.

Assista "Valente" e aprenda a ser um filho, filha, pai e mãe valente prá valer!

Pb. Erikson F. de Araújo

sábado, 5 de janeiro de 2013

COMO EU ME RECUPERO DO FRACASSO?


O PROTESTO INFUNDADO


Que tempos interessantes são estes! Para os mais velhos é uma época estranha, assustadora e, até certo ponto, incompreensível. “Como pode?” é um questionamento que gente da minha geração anda se fazendo muito, a ponto de eu ficar até um pouco impaciente quando o escuto. Minha resposta se resume a “é o que é”. Qualquer aluno de História sabe que mudanças são uma das certezas da vida, aconteçam elas a um indivíduo ou a uma cultura, uma sociedade ou uma civilização. Fui lembrado recentemente que um dos impérios mais gloriosos da face da terra, a Babilônia, hoje nada mais é do que um dos maiores parques arqueológicos do mundo. Ou seja, ela não passa de milhares de quilômetros quadrados de ruínas e areia. Quem diria que os jardins suspensos da Babilônia, tidos como uma das sete maravilhas do mundo antigo, passariam por uma mudança tão absoluta e irreversível. O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein até pensou em reconstrui-los, mas isso jamais ocorreu.

O ex-presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, já falou: “Queremos que tudo seja como sempre foi, mas a História não permite”. Pronto. É isso. As coisas mudam. Quem vai discordar? Quem vai tentar provar o contrário? Insensatez e jactância. É uma tarefa inútil e impossível tentar argumentar pela permanência perene de qualquer coisa. Até a Bíblia diz que “céus e terra passarão, mas a minhas palavras jamais passarão” (Mt 24.35).

Por outro lado, diga que as coisas vão mudar para pior e um coral de vozes se levanta em protesto. “Pessimista!”, “incrédulo!” e “infiel!” são acusações que constam entre as muitas já feitas contra mim. Mas eu creio. Creio nas palavras do Mestre. Creio somente no que não passa. Creio na certeza do Céu. Creio na obra da Cruz. Creio em Deus Pai, criador dos céus e da terra. Creio em seu unigênito Filho. Creio no Espírito Santo. Creio na Santa Igreja. Creio que um dia Cristo voltará para resgatar os seus e para julgar toda a criação. Creio piamente nisso. E aposto todas as minha fichas no que creio.

Todavia, não creio no modelo atual adotado por grande parte da Igreja. O Corpo de Cristo já passou por tantas fases que seria absurdo pensar que aquilo que entendemos por igreja, e como ela se manifesta na atualidade, é o que ela sempre será até a volta de Jesus. Isso seria negar o testemunho da História e até das Escrituras Sagradas.

Tampouco creio em muitas das práticas que hoje poluem a Igreja. São próprias da nossa geração, pois não foram utilizadas pelos nossos antepassados nem pelos heróis da fé. “Determinar”, “tomar posse” e “sapatinho de fogo”, entre tantas outras, são expressões específicas da nossa geração, bem como doutrinas como a Teologia da Prosperidade e outras. Os que dizem que toda essa poluição está na Bíblia têm que contender com o testemunho dos nossos pais na fé. Têm que argumentar contra o peso da literatura cristã produzida nos últimos dois mil anos.

Nos meus vídeos e posts publicados aqui tenho tratado pontualmente dos elementos que fazem parte da doutrina e da prática saudáveis, assim como daquilo que diverge da ortodoxia e da ortopraxis. Prometo continuar a fazer exatamente isso ao longo de 2013. Neste site, nem todos os comentários serão expostos, tampouco tratados. Certamente os que se limitam a me acusar de ser incrédulo ou pessimista não terão suas vozes ecoadas aqui. Vejo pelos sites que costumam reproduzir meu material que há um grupo que tem prazer em me desmerecer. Aí, já é prerrogativa dos que administram tais sites dar voz aos que sumariamente querem fazê-lo sem dar ouvidos às minhas ponderações. Mas volto a dizer: cada uma delas é preparada com o propósito de promover saúde e vigor espiritual e ajudar aqueles que compõem a Igreja a ter uma leitura fiel dos tempos em que vivemos e das Escrituras que atravessam os tempos sem nunca mudar a sua mensagem. Sim, céus e terra estão passando. Estão enfrentando mudanças. Mas as palavras do Mestre permanecem, tanto no que diz respeito a seu sentido quanto à sua mensagem e ao seu poder.

Na paz,
+W.