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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PÕE EM ORDEM A TUA CASA

Textos Bíblicos: João 8.32
                        Isaias 38.1-8

Tema: PÕE EM ORDEM A TUA CASA

Introdução:

Gosto de apreciar uma casa bem estruturada, bem edificada, bem pintada e bem mobilhada.

Porém, me alegro ainda mais, ao contemplar uma casa onde há respeito, obediência, educação e acima de tudo, amor.

Quando falo na primeira casa, refiro-me a paredes, pisos, tetos.

Quando falo na segunda casa, refiro-me a pessoas, comportamentos, gente, relacionamentos e vidas.

Elucidação:

Nos textos lidos, tanto Jesus, quanto Isaias tratam de sentimentos, relacionamentos e comportamentos de pessoas.

Nossa palavra de hoje, terá dois momentos específicos: Primeiramente, chamo à vossa atenção para o texto de João cap.8, palavras de Jesus a respeito de sua missão no mundo. Aqui, Ele afirma que o pai é verdadeiro e que Ele, o pai, o enviou ao mundo para testificar da verdade e mostrar-se como a verdade encarnada. Exatamente como afirmou o pr. Luiz Vieira no domingo passado, que a verdade é a palavra e é também uma pessoa, Jesus Cristo.

O texto diz: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Parece-me contemplar Jesus batendo no peito e dizendo: “Eu sou essa verdade”. Como posso imaginar, em outro momento, Jesus dizendo a Pedro: “Tu és pedra (pedrinha) e batendo no peito, afirmava mais, e sobre esta pedra, edificarei a minha Igreja”

Pensando nessa verdade que liberta, proposta por Jesus, vos levo a conhecer um pouco a ciência Psicanalítica, que propõe a libertação do homem doente, através da verdade. Ela diz que o homem sofrido, após conhecer a verdade que está perto dele, se liberta plenamente.

A Psicanálise é a ciência em função do inconsciente, método de investigação da mente e uma atividade terapêutica.

Etimologicamente falando, quer dizer: a análise da mente ou da alma.

Cientificamente falando, a Psicanálise é a ciência que trata das doenças não-estruturais, isto é, doenças que não lesionam a mente.

Qual a diferença entre a Psicanálise e as demais ciências que tratam as doenças da mente? Essa é uma pergunta que fazem frequentemente.

Quem trata das doenças da mente são as seguintes ciências: A Psiquiatria, A Psicologia e a Psicanálise. A Neurologia trata do sistema nervoso; mexe com o organismo, sem afetar a mente.

A Psiquiatria trata das doenças estruturais da mente, das doenças que lesionam a mente. Isso, somente o médico faz, tratando com radiografias e medicamentos. São chamadas de doenças Psicogênicas.

A Psicologia trata o comportamento, usando para isso, uma terapia diversificada, tratando através de Psicoterapias.

A Psicanálise concentra seu tratamento nas neuroses, que são formadas por experiências vividas, por traumas (que são feridas, rachaduras e choques violentos), recalques (que são lutas que travamos para repelir do consciente ou manter no inconsciente, representações, pensamentos, imagens e recordações ou fantasias).

É bom que se diga aqui, que nem o Psicólogo nem o Psicanalista, podem receitar, nós não somos médicos, e isso, só o médico o faz.

O método usado pelo Psicanalista para tratar um paciente, é a LA (Livre Associação) de idéias. Tudo na Psicanálise é trabalhado, analisado, interpretado e dito de forma, às mais diversas, com o intuito de tornar o inconsciente, consciente ou o desconhecido, conhecido.

Quando isso é alcançado, o paciente é curado.

Assim, o Psicanalista trabalha com pessoas sofridas com o Stress, a depressão, a ansiedade, o medo, os traumas, os recalques e as neuroses em geral.

Há quem diga que Jesus foi o Pai dos Psicanalistas, e por isso disse: “Vinde a mim todos os cansados e oprimidos e eu vos aliviarei...”.

A tarefa dos Psicanalistas é difícil, exatamente porque lida com o invisível e o abstrato. Tem por finalidade conscientizar o inconsciente. Sua luta é por revelar ao paciente, o estranho que está dentro dele, aquilo que lhe perturba e esclarecer transtornos que ele tem.

No tratamento, de cara, o Analista enfrenta o silêncio, uma das manifestações de resistência, inimiga fundamental do Analista, ato que se opõe a tudo que dá acesso ao inconsciente.

Este silêncio tem que ser tratado com sabedoria e muito cuidado para que o diálogo aconteça, satisfatoriamente, e haja verdadeira análise.

Desta sabedoria que deve ter o Psicanalista, faz parte a flexibilidade e também uma boa dose de empatia, no relacionamento com o paciente.

A análise é virar a mente pelo avesso e é isso que busca fazer o Psicanalista, porém, isso é feito devagar e não de um dia para o outro.

O Psicanalista deve trabalhar com a verdade e depositar essa verdade dentro do paciente. Quando o paciente descobre a verdade, torna-se livre.

Foi Isso que Jesus quis dizer no texto em pauta. Pensemos nele como o maior Psicanalista de todos os tempos. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará...” Com paciência ministrou essa palavra e aguardou o rompimento das resistências dos corações... e quantos frutos surgiram...!

Diante da mulher pecadora, ou adúltera, conforme João 8, e diante dos algozes inimigos, Jesus calmamente se inclina e em silencio espera...e paciente espera...Até que o latente se rompe, os inimigos fogem e a graça de Deus se manifesta e encobre aquela pobre  e desvalida mulher, que não tinha ninguém que a livrasse das garras daquelas feras humanas, só Jesus e Jesus só. “Vai em paz, diz o mestre, ninguém te condenou? Eu também não te condeno... Não peques mais...”

Em Jericó, um cego clama por Jesus... Ele se mantém em silencio e ouve.... Jesus, filho de Davi. Jesus pára e diz: Trazei-me o que clama. Vem o cego e ele pergunta: Que queres que eu te faça? Quero ver. E Jesus diz: “Vê, a tua fé te salvou...”

Na Psicanálise é preciso haver o Par Analítico. O paciente participa. Se ele não participar, não haverá sucesso no tratamento, consequentemente não haverá cura. Jesus curou, porque houve participação dos enfermos.

Disse no inicio que teríamos dois momentos em nossa palavra de hoje.  Assim, vos convido para o segundo momento, quando veremos o texto do profeta Isaias cap. 38. de 1 a 8... Esse texto nos sugere o tema: Põe a tua casa em ordem.  Essa foi uma palavra dirigida por Deus, através de Isaias, ao Rei Ezequias, rei de Judá, quando ele e a nação passavam por crises. Aliás, os países e reis, naqueles dias, os que formavam sempre alianças como: Judá, Israel, Assíria e Egito, passavam por grandes crises. O rei de Israel, foi julgado e preso. O rei da Assíria foi morto por dois de seus filhos, quando este adorava o seu ídolo predileto e o rei de Judá, cai enfermo, com uma enfermidade mortal. Este rei, era um rei diferente dos de sua época. Ao contrário do pai, o rei Acaz, diz a Bíblia que ele fez o que era reto aos olhos de Deus. No entanto, o rei precisava fazer algo mais e principalmente em sua casa. Deus ordena o profeta Isaias a dizer-lhe: “Põe em ordem a tua casa, porque certamente morrerás...”

A Bíblia não nos mostra um homem revoltado, nem irado, nem reivindicando de Deus, como fazem muitos hoje. Ele fez exatamente o que não é comum ao homem fazer e principalmente quando ele está no poder. A Bíblia diz que o rei, orou e chorou. Orou dizendo poucas palavras. Disse: Lembra-te Senhor... Andei em fidelidade, em integridade e em retidão... Penso que o rei disse mais: Estou pronto para ir para a eternidade, leva-me quando quiseres.... E chorou muito, diz a palavra.

Essa pequena oração mexeu com o coração de Deus. Moveu o coração de Deus e ele resolveu adiar a morte do rei e lhe deu mais 15 anos de vida.

No entanto, não revogou a ordem que deu com respeito a casa, a família. Põe em ordem a tua casa.

Somente Deus e Ezequias sabiam o que era preciso para a casa do rei ficar em ordem. Eu não sei e ninguém aqui sabe o que se passava na casa do rei. Quem sabe, uma mulher rixosa, filhos vivendo nas drogas da vida, desobediência aos pais, pai ausente, fiel a Deus, mas descuidado com a casa. Não sei, mas a ordem continuou: “Põe em ordem a tua casa”.

Conclusão:

Concluo a minha palavra de hoje contando duas estórias: Um menino foi ao pastor e disse: “Pastor, deixe meu pai e nós virmos morar na igreja.” O pastor perguntou: Por que menino? Ele disse: “Meu pai em casa parece um cão, na igreja ele é um santo”.  A segunda é a história de um homem que morreu. Levaram o corpo para a Igreja e na hora do funeral, o pastor foi à frente e começou a falar e a dizer: “Este homem era um irmão maravilhoso; era um crente autêntico e santo; era um pai exemplar e um esposo digno... A viúva levantou a mão e o pastor disse: “diga irmã, fale...”  Ela disse: “pastor, ou o senhor não conhece quem era esse homem, ou esse homem não é meu marido, pois era um homem totalmente o contrário desse que o Senhor está dizendo”. O pastor desceu do púlpito, ordenou que fechasse o caixão e mandou que levassem para ser sepultado.

Irmãos, que Deus tenha misericórdia de nós e nos livre de uma vida cristã sem brilho – amém.

Pr. David Araujo.
Esboço do Sermão do dia 01/09/2010  na Igreja Cristã Nova Vida

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