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segunda-feira, 8 de abril de 2013

ENTENDIMENTOS SOBRE A PÁSCOA



Mais uma vez chegamos a um período em que celebramos a páscoa. Mas o que vem a ser a páscoa? Comemoramos corretamente a Páscoa? A finalidade deste estudo é entendermos o que a Bíblia diz sobre esta data tão celebrada em nossos dias.

1º ENTENDIMENTO: É UMA FESTA JUDAICA
A primeira coisa que precisamos entender é que a Páscoa significa Pessach, que quer dizer “passar por cima” e é uma festa judaica, onde os judeus lembram-se do dia que o senhor livrou os primogênitos dos judeus da décima praga quando estes ainda eram escravos no Egito.

Deus instituiu que o os judeus sacrificassem um cordeiro e colocassem o sangue nas ombreiras das portas afim de que quando o anjo da morte passasse por eles não causasse mal nenhum aos seus filhos. Nestes dias os judeus se alimentariam da carne assada do cordeiro com ervas amargas e pães asmos.

E foi isto que aconteceu o anjo da morte veio e matou os primogênitos dos egípcios e livrou os primogênitos israelitas, tal fato fez com que faraó libertasse os israelitas do cativeiro do Egito.

Deus institui que a páscoa seria um memorial (Exôdo 12:14) e que todos os judeus deveriam celebrar esta festa ano após ano, para lembrar do livramento que Deus lhes deu.

2º ENTENDIMENTO: É UMA FESTA CRISTÃ
Nos dias que antecederam a prisão, morte e ressurreição de Jesus, era o período da Páscoa e como judeu, Jesus pede que seus discípulos preparem a páscoa (Lucas 22:7-12)

É interessante notarmos que Jesus decreta a última páscoa, e institui a Ceia do Senhor, ou seja, de agora em diante os discípulos não teriam mais de comemorar a libertação do cativeiro do Egito, mas o memorial seria pela morte e ressurreição do próprio Jesus, que seria imolado como um cordeiro para remir os pecados da humanidade.

Também é importante frisar a analogia da Páscoa com a Ceia do Senhor. A páscoa celebrava a libertação do cativeiro do Egito, através do sacrifício do cordeiro. A Ceia do Senhor também é uma páscoa que celebra a libertação do cativeiro do pecado pelo sangue do cordeiro Jesus Cristo que morreu e ressuscitou para nos libertar.

Deste momento em diante a páscoa passa a ser a celebração da Ceia do Senhor, não só para os judeus, mas para todos os que creem no Senhor Jesus Cristo como salvador de suas vidas (João 1:11-12).

Por este motivo, algumas igrejas cristãs, não celebram a páscoa, pois entendem que a páscoa do cristão é celebrada através da Santa Ceia, que acontece mensalmente, semanalmente, conforme costume de cada comunidade religiosa.

3º ENTENDIMENTO: É UMA FESTA QUE FAZ PARTE DA CULTURA BRASILEIRA
Por fim também convém abordar que a páscoa tornou-se uma festa da cultura brasileira.

Apesar de vivermos em um país laico (sem religião oficial) a influência católica foi e ainda é muito grande.

A tradição da igreja católica revive todos os momentos da crucificação e ressurreição de Cristo, antigamente só eram lembrados dois dias a sexta e o sábado, mas lá pelo ano de 247 em Roma já tínhamos a celebração por toda a semana, iniciando no domingo anterior à páscoa com o domingo de ramos e terminando no domingo seguinte indicando a dia da ressurreição de Cristo. Daí que surgiu a expressão Semana Santa.

É importante dizer que apesar da fidelidade na reconstrução dos acontecimentos da morte e ressurreição de Cristo, não existe básica bíblica para este celebração, o que Deus institui como memorial foi a Ceia do Senhor e não reviver todos os acontecimentos como faz a igreja católica.

Outro fato importante é relativo à data cível em nosso país. Todo feriado nacional é instituído por uma lei federal. No entanto não existe lei para determinar feriado nacional para a sexta-feira da paixão. É um feriado religioso móvel que acontece 40 dias após a festa da carne (carnaval), ou seja, se não houver uma lei municipal que decreta feriado neste dia, o correto seria não considerar tal feriado.

Ainda tem a influência do Comércio que apesar de saber da não existência do feriado, acaba aceitando e concordando com o feriado, pelo fato do lucro obtido nesta data com venda de ovos de chocolates, bacalhau e tantas outras coisas.

Com isto o verdadeiro sentido da Páscoa acaba sendo deturpado e muitos cristãos por falta de conhecimento acabam seguindo tradições criadas pelo homem, mas que estão em desacordo com a palavra de Deus.

A bíblia nos arleta: “Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.” (Mateus 22:29 RA).

QUESTÕES
1) É ERRADO COMPRAR OVO DE PÁSCOA?
Depende do sentido em que você compra o ovo de Páscoa. Se você compra para celebrar a páscoa, é errado sim, pois não há relação alguma de ovo de páscoa com o nascimento de Jesus Cristo, isto foi uma criação do comércio para ganhar dinheiro. Agora convém dizer que só nesta época do ano são feito os conhecidos ovos de chocolate, caso você esteja comprando por gostar de chocolate e aproveitar a época do ano em que são feitos, mesmo sabendo que não há relação alguma com o real sentido da Páscoa, não vejo mal algum em adquirir, desde que você tenha condição de pagar. Pois convenhamos que é um absurdo o preço de tais ovos, seria mais vantagem adquirir barras de chocolate ou caixas de bombom no mesmo peso com um preço bem mais em conta. Os pais precisam tomar muito cuidado com as crianças que geralmente são atraídas por brindes que vem com o ovo, é responsabilidade dos pais falar do real sentido da páscoa para tais.

2) É ERRADO COMER BACALHAU OU CANJICÃO NA ÉPOCA DA PÁSCOA?
De forma alguma, pelo contrário, são alimentos saborosos e saudáveis que podem ser ingeridos sem problema algum. O problema estar em seguir uma tradição criada pela igreja católica que é a abstenção de alimentos, não há nada de errado em comer bacalhau, canjicão, carne ou qualquer outro alimento. Na tradição católica existe a quaresma que são 40 dias em que ele abrem mão de um alimento que gostam para se purificar da festa da carne (carnaval) e na sexta da paixão, data simbólica da morte de Cristo não comem carne que contem sangue daí a preferência pelo peixe que segundo os católicos não possuem sangue, que também configura em outra afirmação errônea. Além do que, a Bíblia condena a abstenção de alimentos veja o texto a seguir: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade;  pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável,  porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado.” (1 Timóteo 4:1-5 RA)Portanto, biblicamente falando, não existe problema algum em ingerir alimentos no período conhecido como semana santa.

CONCLUSÃO:
Analisando todos os entendimentos acima, concluímos que não há a necessidade de celebração da Páscoa pelos cristãos em uma data instituída por uma tradição católica. A páscoa para o cristão já é celebrada com frequência através da Ceia do Senhor, instituída por Jesus Cristo, no entanto o movimento em torno da semana santa acaba tornando-se uma boa oportunidade para a proclamação do evangelho, para anunciarmos a morte e ressurreição de nosso senhor Jesus Cristo e cumprimos o ide de Cristo.  O Rev. Agusutus Nicodemos em seu artigo intituldo “VERDADE E MITOS  SOBRE A PÁSCOA” (http://tempora-mores.blogspot.com.br/2012/04/verdades-e-mitos-sobre-pascoa.html) conclui muito bem a questão: “Em termos práticos, os cristãos podem tomar as seguintes atitudes para com as celebrações da Páscoa tão populares em nosso país: (1) rejeitá-las completamente, por causa dos erros, equívocos, superstições e mercantilismo que contaminaram a ocasião; (2) aceitá-las normalmente como parte da cultura brasileira; (3) usar a ocasião para redimir o verdadeiro sentido da Páscoa. Eu opto por esta última.”

Eu também, que Deus nos abençoe.

Pb. Erikson F. de Araújo.
Estudo realizado com a UMP no dia 06/04/2013 na IPBJN

Clique na figura abaixo para visualizar ou baixar os slides utilizados neste estudo.

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