EU PRESBÍTERO!

Quem diria, agora sou presbítero. Depois de dois meses praticamente entre indicação à eleição até a ordenação, participei deste processo para um novo ofício dentro da Igreja Presbiteriana do Brasil.

Já tive a experiência de ser diácono e sou filho de pastor, sei que este último não chega a ser um ofício, mas dá pra sentir na pele muitas coisas pelos quais os pastores passam.

Apesar de achar que poderia chegar a este ofício, devido ao fato de ter uma vida ativa dentro da igreja e diretamente relacionada ao cargo de liderança desde criança, quando a indicação veio fiquei um tanto em dúvida se devia prosseguir ou não. Já era diácono e apesar de intimamente não considerar que esta fosse minha vocação, procurava desempenhá-la da melhor forma possível. Achava que me encaixaria melhor como presbítero ou até mesmo pastor por estar mais envolvido com a liderança, mas depois da indicação fiquei pensando se este seria realmente o caminho que deveria seguir, até porque já convivi com vários presbíteros que assim como os pastores carregam as marcas do peso deste ofício. Resolvi então fazer o seguinte: deixei tudo na mão de Deus, se fosse para ser presbítero seria eleito, caso não, era porque ainda não era o momento, e Deus me queria em outra função.

Passei pelo treinamento e pela reunião do conselho e tudo ocorreu normalmente e enfim chegou o dia 23/08/2009, data escolhida pelo conselho para a eleição de dois presbíteros. Fiquei na porta, pois estava na escala dos diáconos, ao lado de meus amigos Itamar Jr. e Mazinho que juntamente com o Sr. Luiz Geraldo também eram candidatos. E enfim terminou a eleição, Mazinho e eu fomos eleitos e logo em seguida respondemos positivamente a pergunta do pastor que encerrou a assembléia.

Ficamos à porta recebendo os cumprimentos dos irmãos da igreja. Eu só fazia agradecer e pedir que orassem por mim, afinal de contas a responsabilidade é muito grande, claro tem as brincadeiras que procuro levar na maioria das vezes na esportiva, mas o importante é que a resposta de Deus veio e agora teria que responder a este chamado que me fez.

A PRIMEIRA ORDENAÇÃO
Aguardei o dia que o pastor iria marcar a ordenação, no domingo seguinte à eleição o pastor nos comunicou que seria no primeiro de setembro (06/09), no sábado (05/09) teríamos a reunião com o conselho para a confirmação da eleição e registro em ata e no domingo, no culto vespertino, seria a ordenação.

Resolvi perguntar ao pastor se teríamos que ir empacotado (com terno), pois lá na igreja os oficiais não tem o costume de sempre usar terno, e claro, perguntei torcendo para que ele falasse que não, afinal não sou muito chegado ao terno, embora ache que seja uma roupa formal e elegante, mas para minha surpresa ele disse que teríamos que usa-lo.

Durante a semana fui providenciar um terno, só tinha um vinho do meu casamento, que herdei do meu pai, mas já era um modelo ultrapassado e minha esposa achou que deveria comprar um novo. Resolvemos ir até uma loja para experimentar um modelo, e ficou muito bom, encaixou perfeitamente (só precisava fazer a bainha da calça).

No sábado passamos pela reunião do conselho e estava tudo certo. Quando foi no domingo pela manhã na Escola Dominical, o pastor chegou atrasado e não sabíamos o porquê, quando chegamos ao encerramento ele comunicou que a ordenação seria adiada para o domingo seguinte, devido ao falecimento de nossa irmã Mercedes, pois o velório seria na igreja.

Ganhei mais uma semana para me preparar com calma para o grande evento, liguei correndo para algumas pessoas que convidei e disse que seria na outra semana, por um lado foi até bom que alguns amigos também são oficiais em suas igrejas e não poderiam estar presente devido à celebração da santa ceia que acontece sempre no primeiro domingo, adiando para o segundo possibilitou que alguns pudessem estar presentes.

O TERNO
Fiquei mais tranquilo no decorrer da semana, pois com o tempo faria alguns ajustes na roupa, mas como bom brasileiro só fui experimentar a roupa na quinta, e descobrimos algumas modificações que precisariam ser feitas. Primeiro a calça tava muito curta, teve que refazer a bainha que a loja já tinha feito, levamos em uma costureira que deixou a bainha mais curta ainda, então resolvemos levar em outra que finalmente conseguiu colocar no ponto.

Experimentei o terno novamente e descobrimos que um terno preto com um sapato marrom não tem nada haver (rsrs), tive que comprar um sapato preto.

Agora o mais trabalhoso de todos, sem dúvida foi a gravata. Já tinha várias gravatas, mas todas daquela com zíper que não precisava dar nó, mas estas tem um tamanho único e mesmo com o terno fechado ficava aparecendo em baixo, chegamos a conclusão que devíamos comprar uma gravata para dar o nó, voltamos à loja e compramos, muito bonita por sinal, mas não pedimos para a menina da loja dar o nó e aí começou o terror.

No sábado à noite experimentamos o terno mais uma vez e mesmo com o curso intensivo de nó de gravata pela internet que minha esposa fez, a gravata não dava o cumprimento certo de jeito nenhum, mas ela me garantiu que no domingo daria tudo certo.

Chegamos ao domingo e na hora da arrumação, me arrumei todo, no entanto no momento de dar o nó da gravata foi um caos, eu e minha esposa nervosos e nada dava certo, mas graças a Deus, ela conseguiu dar o nó Windsor (que chique!) e ficou excelente. Tive que chamar um táxi para levar-nos a igreja para compensar o atraso e chegamos ao culto de ordenação.

O CULTO DE ORDENAÇÃO
Finalmente chegou o dia 13 de Setembro de 2009, cheguei na igreja e logo fui cumprimentado por alguns irmãos, encontrei na porta o Mazinho que estava “empacotado” igual à mim, nos cumprimentamos e fui para a igreja.

Como sou o contra-baixista do ministério de louvor, preparei meu instrumento, reuni com os irmãos do conselho e do ministério e fiz a oração que antecedia o culto. Começou o culto normalmente e tirando o fato que o contra-baixista estava tocando com terno e gravata, tudo corria bem, consegui tocar normalmente apesar da falta de costume com o terno, mas acho que já estou tão acostumado a estar à frente louvando que isto não fez grande diferença.

Tive a alegria da presença do Gediel que foi especialmente para a minha ordenação. É o filho recém-nascido de nossos amigos Leonardo e Silvana Lobo que foi a igreja pela primeira vez, foi muito bonita a recepção dele.

Depois tivemos a ministração da palavra e enfim o momento da ordenação. Mazinho e eu fomos convidados pelo pastor para ir à frente e escutamos atentamente as orientações e responsabilidades do presbítero, e na sequencia respondemos as perguntas feitas por ele.

Em seguida tivemos o momento da imposição de mãos, onde nos ajoelhamos e os oficiais presentes impuseram suas mãos. Foi um momento muito bonito, apesar de, para quem está lá na frente não tem a noção exata do que acontece, eu não sei o que aconteceu com meu terno, que de uma hora prá outra esquentou de tal maneira que senti um calor tremendo (rsrs). Ao fim fomos cumprimentados pelos oficiais e convidados para participar da distribuição dos elementos da Santa Ceia.

Quando estávamos nos preparando tivemos a alegria de ter conosco o Rev. Luiz Lopes que estava em outra igreja, que prontamente foi convidado a fazer parte da mesa conosco. A Mesa da Santa Ceia ficou muito bonita, com 6 presbíteros e 2 pastores, foi um momento especial. O Pr. Luiz deu uma excelente palavra aos oficiais recém-ordenados e em seguida celebramos a ceia, que saiu como esperado.

Após o culto foi o momento de recebermos os cumprimentos e tirarmos as fotos para registrar este dia de tanta alegria.

AGRADECIMENTOS
Tem pessoas que passam por nossas vidas que realmente nos marcam e que estiveram comigo neste dia, eu não posso de forma alguma deixar de registrar os nomes de alguns.

Rev. Luiz Lopes, meus amigos da terceira igreja, Emília e seu esposo Romildo, Eva e sua filha Elaine, Eliane que foi minha secretária sinodal da UPA na minha adolescência e os amigos da própria igreja, um destaque especial para o meu grande amigo Diác. Itamar Júnior, que poderia está sendo até mesmo ordenado naquele dia, mas aprouve ao senhor que este não era o momento ainda, mas tenho a esperança de um dia podermos trabalhar juntos na obra do Senhor como presbíteros.

Aos meus amigos da internet que não puderam estar conosco devido à vários obstáculos, mas que não deixaram de registrar suas felicitações através do e-mail: Rev. Josias Tatagiba, que já foi meu secretário presbiterial na UMP, hoje pastor da IPB da Vinhosa em Itaperuna, Rev. Ramon, pastor da 2ª IPB de Bom Jesus do Itabapoana, Rev. Cleidson Pedrosa do Rio de Janeiro, Rev. Maurício da IPB de Santa Maria de Campos e o Pb. José Elias; aos amigos que ainda não conheço pessoalmente como o Adriano do Rio de Janeiro e ao Pb. Eliezer Paes Leal, este último enviou-me um e-mail precioso com conselhos sobre o ministério do presbítero. Também aos meus familiares distantes que estiveram me parabenizando como: Tia Gediene, tia Fia (Edieneide) e tio Déu (Carlos Eduardo) e Ewerton.

Senti muito a ausência de meus pais e minha irmã, que devido à distância, não puderam estar comigo neste dia, mas sei que estiveram me acompanhando em oração. Minha mãe talvez tenha acompanhado mais este processo, através do msn, pois mantemos contato permanente, mas destaco mesmo as palavras que recebi de meu pai (hoje pastor licenciado) que guardarei em meu coração e memória durante toda esta caminhada como presbítero. Pai muito obrigado por suas palavras e espero contar sempre com seus conselhos por muito tempo.

Finalmente, gostaria de agradecer à minha família, minha esposa e meus filhos, que estiveram ao meu lado direta ou indiretamente neste processo e que estarão enfrentando junto comigo os desafios da minha vocação. Minha esposa que esteve sempre ao meu lado, nos momentos de alegria e tristezas, meu muito obrigado, te amo muito meu amor e conto com seu apoio daqui para frente. Afinal de contas se não fosse por ela estaria sem nó na gravata até hoje (rsrs).

Concluo dizendo à você jovem que está lendo este relato no meu blog, que recebemos muitas oportunidades em nossa vida secular são clubes, entidades, trabalho, etc, mas não há nada como o trabalho do Senhor, e digo hoje que um jovem também pode ser um oficial da igreja e desempenhar um bom trabalho, para isso precisamos entregar nossas vidas na mão do Senhor e nos dedicar cada vez mais à sua obra.

"Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja." (1ª Timóteo 3:1)

 Estejam sempre orando por minha vida, abraço à todos.

Clique aqui, para ver todos as fotos do ordenação.

Pb. Erikson F. de Araújo